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Monotrilhos Suspensos em São José

Em alguns momentos já não nos movimentamos com fluidez, rapidez e economia em São José dos Campos. E então nos perguntamos: como outras cidades do mundo vêm lidando com o mesmo problema?Os monotrilhos, já bastante utilizados na Europa, Ásia e até mesmo em países em desenvolvimento como a Índia, ainda não entram em pauta nos estudos das autoridades brasileiras. O primeiro monotrilho suspenso surgiu na Alemanha em 1901 e ligava três cidades vizinhas, num eixo geográfico parecido com o nósso (Jacareí - São José dos Campos - Caçapava) eles trafegam acima de ruas, banhados, rios, lagos, praças etc.

Metrôs, bondes, VLT/VLP (Veículos Leves sobre Trilhos ou Pneus) que atualmente são cogitados para São José, apresentam inconvenientes pois as obras de colocação de trilhos são demoradas e causam interditações no trânsito, infligem prejuízos aos comerciantes durante o período de instalação e obrigam a populaçao a efetuarem trajetos maiores para se deslocarem de casa para o trabalho e vice-versa.Metrôs são interessantes para megalópoles como São Paulo, pois são mais rápidos (80 a 90 Km/h). Mas não permitem rápido salvamento de pessoas em caso de incêndios, seus custos são elevados e seus prazos de implantação são longos.Monotrilhos Suspensos, circulam acima do tráfego das ruas comerciais, ao longo e sobre rios. Podem cruzar ou marginar nosso Banhado e viajar entre as copas das àrvares nas divisas de parques e chácaras. Trafegam a 60 km/h, não têm cruzamentos em nível, e fazem curvas aproveitando o mesmo traçado da malha urbana, evitando desapropriações. Suas guias são fixadas em colunas pré-fabricadas, de modo rápido e sem interdição de ruas. Monotrilhos se movimentam de forma silenciosa e sem poluir a atmosfera.
No Brasil poderão ser mais baratos, pois não temos neve ou terremotos. Com os Monotrilhos viajaríamos com conforto e rapidez, apreciando a paisagem atavéz de suas janelas. Aproveitando nossas indústrias e dando-lhes conveniente apoio institucional, São José poderá até projetar e produzir monotrilhos para muitas cidades brasileiras, pois além de São José, outras cidades brasileiras como Curitiba e Porto Alegre estão às vésperas de implantar seus sistemas de transporte de massa!

(Imagens do Monotrilho de Sidney, Austrália / Parte da matéria retirada da Revista Integral AEA - São José dos Campos - SP)

A História de São José dos Campos

As origems de São José dos Campos se iniciam ao final do século XVI, quando se formou a "Aldeia do Rio Comprido", uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões dos Bandeirantes.
Em 10 de setembro de 1611, foi posta em vigor a lei que regulamentava aldeamentos indígenas nos pontos que melhor conviessem aos interesses do Governo. Então, os jesuítas foram expulsos e os aldeãos espalhados.
Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 Km de distância, sendo este o núcleo onde hoje se situa o centro da cidade. Ao todo os jesuítas fizeram 11 aldeamentos próximos a São Paulo, entre eles as aldeias de São Miguel Paulista, dos índios Guarulhos e a aldeia de Carapicuiba. Contavam com o clima agradável e uma posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Entre 1643 a 1660 os religiosos obtiveram para os índios diversas léguas de terras, concedidas por João Luís Mafra, cavalheiro fidalgo de Sua Majestade. E a aldeia progredia mais e mais, passando (no futuro) a ser denominada "Vila Nova de São José". Na época, a organização urbana no plano teórico e prático da aldeia era obra atribuída ao padre jesuíta Manuel de Leão, cuja principal ocupação era a de ser administrador, estando em São Paulo desde o ano de 1663, encontrava-se à frente das fazendas mais remotas. Entre estas o aldeamento em solo joseense.
A partir de 1692 toda a região do Vale do Paraíba sofreu um esvaziamento populacional com as descobertas do ouro nas Minas Gerais dos Goitacázes. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas, em função do grande fluxo de mão-de-obra para o trabalho nas minas.
Em 1759, os jesuítas foram expulsos do reino de Portugal e de suas colônias (Brasil) pelo Marquês de Pombal e todas as posses da ordem foram confiscadas pela Coroa, com isso, alguns brancos agregaram-se aos índios sob a direção de José de Araújo Coimbra, Capitão-Mor de Jacareí e deram impulso à povoação. Na mesma época, assumiu o governo da Capitania de São Paulo Dom Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, com a incumbência de reerguer a Capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma de suas primeiras providências foi elevar à categoria de Vila a diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial. Então, em 27 de julho de 1767, mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi elevada à categoria de Vila, pelo Ouvidor e Corregedor Salvador Pereira da Silva, foi criada a vila com o nome de "Vila Nova de São José", sendo desmenbrada da Vila de Jacareí. Depois, Vila de São José do Sul e, mais tarde, São José do Paraíba. Erguendo-se a Câmara Municipal, símbolo que caracterizava sua nova condição.
A freguesia só foi criada pela Ordem de 3 de novembro de 1768 e instualada em 1769. No mesmo dia 27 de julho, foram eleitos os três primeiros vereadores do novo município, os quais eram índios, dando início à sua autonomia administrativa. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios, a principal dificuldade de São José era o fato de a Estrada Real passar fora de seus domínios, permanecendo a vila em um longo período de marasmo, até meados do século XIX, quando passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para alimentar a indústria têxtil inglesa. O algodão teve uma rápida evolução na região quando São José conseguiu algum destaque e cuja produção atinge seu apogeu em 1864.
A Lei 47 de 2 de abril de 1871, mudou-lhe a denominação para São José do Paraíba e a elevou à condição de cidade. A partir de 1871, o município passou por duas fases distintas, sendo elas o desenvolvimento agrícola (com forte preponderância da cultura do café) e a criação da Estância Climática, conseqüência natural de seus bons ares. Na mesma dácada, em 1872, foi criada a Comarca de São José dos Campos. Quase simultaneamente, há o desenvolvimento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba que começa a ter alguma expressão a partir de 1870, contando, inclusive com a participação de São José. No entanto, foi no ano de 1886, quando já contava com o apoio da Estrada de Ferro inaugurada em 1877, que a produção cafeeira joseense teve seu auge, mesmo num momento em que já acontecia a decadência dessa cultura na região, conseguindo ainda algum destaque até por volta de 1930.
Na década de 1920, surgem as primeiras unidades industriais, sendo elas: os Laticínios Vigor, a Fábrica de Louças Santo Eugênio, a Cerâmica Paulo Becker, a Tecelagem Parahyba e a Cerâmica Weiss.Em 1924 foi inaugurada a primeira Rodovia que atravessava o Vale do Paraíba, a Estrada São Paulo-Rio, pelo Dr. Washington Luís, que deu um novo impulso à região.
A procura do município de São José dos Campos para o tratamento da tuberculose pulmonar, foi se tornando perceptível no início deste século, devido às condições climáticas supostamente favoráveis. Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país, sendo assim, após ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, através da chamada "fase sanatorial", São José dos Campos ganhou certo destaque nacional, com inúmeros doentes procurando o clima da cidade em busca de cura para a "peste branca", a tuberculose pulmonar. Aos poucos, já estava sendo criada uma estrutura de atendimento com pensões e repúblicas. No entanto, somente em 1935, quando o município foi transformado em Estância Hidromineral e Estância Climatérica, com as medidas de "Reerguimento do Vale" tomadas pelo governo Vargas, que São José passou a receber recursos oficiais que poderam ser aplicados na área sanatorial, e também pôde investir em infra-estrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.
Foram sete os principais sanatórios: O Vicentino Aranha, pertencente à Santa Casa de São Paulo (que ao final de 2006 foi comprado pela Prefeitura da cidade após uma longa negociação e sua área externa foi aberta a visitação em 27 de julho de 2007), o Vila Samaritana, pertencente à comunidade evangélica, o Esdra, pertencente à comunidade judáica, o Maria Imaculada, pertencente à Igreja Católica, o Ruy Dória, criado e pertencente ao médico Dr. Ruy Dória, o Sanatório Antoninho da Rocha Marmo e o Adhemar de Barros, criado pelo governador Dr. Adhemar Pereira de Barros. Os sanatórios foram assim, esforço coletivo de todas as comunhões religiosas, de particulares e estadistas idealistas. Muitos doentes que não conseguiam vagas nos sanatórios, ficavam nas pensões, principalmente aquelas da rua Vilaça, perto do sanatório do Dr. Ruy Dória.
Durante o período de 1935 a 1958, o município foi administrado por prefeitos "sanitaristas" nomeados pelo governo estadual. Em 1958, o município ganhou autonomia para eleger seus prefeitos, perdendo a novamente em 1967, durante o regime militar. O processo de industrialização do município tomou impulso a partir da instalação do ITA e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em 1950 e posteriormente do INPE. Em 1951 foi inaugurada a Rodovia Presidente Dutra, possibilitando assim uma ligação mais rápida entre São Paulo e Rio de Janeiro, pela primera vez em estrada asfaltada, e cortando a parte urbana de São José dos Campos. Nessa mesma época, doaram-se terrenos às margens da nova rodovia, onde se instalaram várias fábricas, iniciando-se a industrialização da cidade.
Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, São José dos Campos apresentou um crescimento demográfico expressivo que também acelerou o processo de urbanização no município. Em 1969, a criação da Embraer (originada em um setor de desenvolvimento de aeronaves do CTA, chamado PAR), coloca a cidade em uma nova era de desenvolvimento tecnológico, gerando muitos empregos e mão-de-obra especializada, sendo atualmente a maior empregadora da cidade, e fazendo que a cidade seja considerada a Capital do Avião. Foi fundamental para o desenvolvimento da Embraer a mão-de-obra especializada formada pelo ITA.
Em 1977 a inauguração da Revap trouxe mais empregos e tecnologia à cidade. Também neste ano a cidade recupera sua autonomia administrativa, voltando a eleger seus prefeitos. A conjunção desses fatores permitiu que o município caminhasse para o potencial "científico-tecnológico" em que se encontra atualmente.
A partir dos anos 90, São José passou por um importante incremento no setor terciário, que pode ser demonstrado pelo fato de a cidade ser hoje um centro regional de compras e serviços do Vale do Paraíba e Sul de Minas Gerais, atendendo a uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes.
(Foto: Igreja Matriz 1952.)